HISTÓRIA DO CAVALO CRIOULO

Cavalo Crioulo

O cavalo Crioulo tem sua origem nos equinos Andaluz e Jacas espanhóis, trazidos da península ibérica no século XVI pelos colonizadores. Estabelecidos na América, principalmente na Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru e sul do Brasil, muitos desses animais passaram a viver livres, formando manadas selvagens que, durante cerca de quatro séculos, enfrentaram temperaturas extremas e condições adversas de alimentação. Essas adversidades imprimiram nestes animais algumas de suas características mais marcantes: rusticidade e resistência. Em meados do século XIX, fazendeiros do sul do continente começaram a tomar consciência da importância e da qualidade dos cavalos que vagavam por suas terras. Esta nova raça, bem definida e com características próprias, passou a ser preservada, vindo a ganhar notoriedade mundial a partir do século XX, quando a seleção técnica exaltou o seu valor e comprovou suas virtudes.                                                                                                                                       Em 1932, foi fundada a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos - ABCCC, com a missão de preservar e difundir o cavalo Crioulo no país.  Cinquenta anos depois, a prova do Freio de Ouro veio para ficar, tornando-se uma importante ferramenta de seleção, uma vez que motivou a otimização da raça, tanto morfológica quanto funcionalmente. A transmissão da prova pela televisão aumentou a visibilidade do cavalo Crioulo, cujo universo movimenta anualmente R$ 1,28 bilhão. Hoje são mais de 300 mil animais distribuídos em 100% do território nacional.  
                                                                                                  



        Ariane Soares eleita a melhor prenda 



Ariane Soares 

Ariane Soares: um talento que veio de berço

E para quem ainda tem aquele pensamento de que mulher não tem a capacidade de um homem ou que não pode disputar de igual para igual, Ariane Soares, de 18 anos, esta aí para provar de que a mulher gaúcha tem a mesma força e técnica, ou se não mais, do que um homem no laço comprido. E quando o assunto é laço, a "nega", como é mais conhecida, tira de letra. São armadas de sentar e bater palma e de se inspirar. Confira a entrevista que o nosso blog fez com Ariane e conheça um pouco mais de sua história.






Blog: Como iniciou sua carreira no laço comprido?



Ariane: Comecei a laçar com seis anos em rodeios, já tinha começado com quatro, mas ainda tinha medo do cavalo.



Blog: Teve alguém que te motivou a praticar o esporte?

Ariane: Sim, minha família. Pai, mãe e meu irmão.

Blog: Entre tantos rodeios e vitórias, teve algum e um título que mais te marcou?

Ariane: Vários títulos me marcaram, um deles foi quando lacei no primeiro rodeio e ganhei o segundo lugar, o outro foi Vacaria, que sempre foi meu sonho ganhar lá e também o Braço de Ouro do Rio Grande do Sul, pois nenhuma mulher ainda tinha ganhado. E sem esquecer, do carro que ganhei com meu irmão recentemente. Isso não tem preço que pague.

Blog: É contra hoje em dia, algumas rodeios permitirem laçar de calça jeans? Qual tua opinião sobre isso? Acha que isso é falta de respeito com a cultura gaúcha?

Ariane: Para mim não tem problema nenhum da pessoa laçar com calça, não é porque vou laçar de calça que eu vou perder a minha cultura. O tempo passa, as coisas mudam e a gente não pode ficar pra trás.

Blog: Tu citou teu irmão como um dos teus incentivadores e imagino que ele seja muita coisa pra ti, por ser teu companheiro nos rodeios a fora e até dividir títulos contigo, como aconteceu recentemente. O que tem a dizer sobre ele?

Ariane: O Alan, ah o Alan é muito importante na minha vida e nos rodeios. Ele que me ensina, ele vê o que estou errando e preciso mudar, tem um talento enorme e sabe usar muito bem.

Blog: Como são teus pais em relação a tuas saídas todo final de semana para rodeios? 

Ariane: Meus pais me apoiam. Não há reclamações.

Blog: Quais são teus planos para teu futuro?

Ariane: Quero cursar odontologia, e quando começar vou dar uma parada nos rodeios pra me dedicar a faculdade.

Blog: Sendo a Ariane Soares, sabendo que tu tem nome e que é conhecida por onde passa, e ao mesmo tempo, tão novinha, essa fama não te assusta?

Ariane: Sobre a fama me assustei um pouco esse ano, porque o povo tava me pedindo pra tirar foto comigo e eu não imaginava que era tudo isso (risos).

Blog: Quando era pequena, sofreu um acidente em virtude de estar montando a cavalo, pode nos contar como foi?

Ariane: Eu tinha cinco anos, era pequena, estava aprendendo a laçar e eu estava andando a cavalo, mas já ia descer aí fiquei de lado nos arreio esperando meu chinelo. De repente, passou aqueles carros na rua atirando foguetes, fazendo show, e minha égua se assustou e disparou. Então eu cai e a outra égua que eu tava segurando passou por cima de mim, aí eu não podia dormir porque entrava em coma. Foi horrível porque quebrei o ombro, mas no outro dia já queria voltar para o rodeio e não fiquei com medo.

Blog: Existe segredo para ser uma campeã?

Ariane: Segredo não tem, mas os treinos ajudam bastante.

Ariane Soares

Alan Soares irmão de Ariane Soares 
Alan Soares 

Alan Soares: técnica e dedicação


Nascido em Montenegro, Alan Soares nasceu para ser campeão, e quando a pessoa nasce com o dom e talento, não tem nada que possa intervir. E o resultado é esse: não tem onde ele pise que não seja conhecido, por ser considerado como um dos maiores laçadores do Brasil. E o melhor: entende que humildade e armada maragata andam juntas. Conheça um pouco mais da história desse jovem de apenas 25 anos, que faz bonito quando o assunto é laço.







Blog: Como começou a laçar?



Alan: Então, comecei a laçar na vaca parada com dois anos de idade.


Blog: Recebeu incentivo de alguém para começar a prática do esporte?

Alan: Recebi o incentivo da minha família, do meu pai e da minha mãe, que foi muito importante.

Blog: Como é tua rotina fora dos rodeios?

Alan: Muito treino e damos curso de laço em diferentes cidades e estados.

Blog: Tem planos para o futuro além do laço?

Alan: Tenho planos sim até porque vai chegar um tempo que o laço não vai dar mais.

Blog: Falando sobre a final do Camaro em Santa Cruz do Sul, como foi aquela final? Quando foram ficando dez duplas e depois três, incluindo uma dupla da casa, ambas muito fortes?

Alan: Foi uma das finais mais emocionantes da minha vida. Quando ficaram somente as três duplas qualquer uma podia ter ganhado, porque eram muito fortes e as outras também.

Blog: Falando em vitória, recentemente, teve o privilégio de ganhar um carro ao lado da tua irmã, como foi? O que significou pra ti?

Alan: Para mim, ganhar ao lado dela foi sensacional, por ser o primeiro carro dela e por ter ganhado com ela, foi muito emocionante.

Blog: Sobre a Ariane te acompanhar em todos os rodeios a fora, sempre ao teu lado e seguindo teus passos, vocês se dão bem quanto a isso ou tem desentendimentos?

Alan: Estamos juntos sim em quase todos os finais de semana. Tem as briguinhas sim, mas é coisa normal de irmãos, e é muito bom tê-la por perto.

Blog: Como é o treino de vocês? Durante a semana se reúnem para correr boi ou o treino é nos rodeios mesmo?

Alan: Treinamos em casa mesmo, mas não é sempre, mas quando treinamos, atiramos bastante armadas.

Blog: Sobre tua parceria com o Thaian, o que tem a dizer sobre essa parceria vitoriosa? Existe segredo para uma dupla dar tão certo?

Alan: Nossa parceria deu muito certo porque a gente não se cobra. Quando um erra, o outro dá força, enquanto muitos se desentendem. Todo mundo erra, errar faz parte da vida.

Blog: Teus pais não reclamam por todos os finais estar fora de casa ou é tranquilo quanto a isso?

Alan: Não tem reclamação não, dá saudade quando ficamos muitos dias longe de casa, mas é normal.

Blog: Entre tantos rodeios e vitórias, teve algum especial que te marcou?

Alan: Sempre tem as vitórias que marcam, por exemplo, Vacaria, Camaro, Fecars, Brasileirão, CLC e o final de semana que passou que ganhei ao lado da minha irmã também me marcou muito, entre tantos outros.

Blog: A parte boa e ruim dos rodeios?

Alan: A parte boa é quando ocorre tudo bem, se ganhar tá bom e acho que parte ruim não tem.

Blog: Um recado, mensagem ou dica para quem ainda quer ser um grande campeão?

Alan: Acho que para ser um bom laçador, a primeira coisa é a humildade, porque ninguém é melhor que ninguém e tem que ter muita dedicação também.

Alan Soares 





Thaian de Avila junto com Alan mais de 2 milhões em prêmios 


Thaian de Àvila 

Thaian de Ávila: arte e domínio de laçar






Ele tem 25 anos de idade e uma história intensa e bonita no laço comprido. Já perdeu as contas de quantos prêmios de grande valor conquistou praticando esse esporte e é considerado como um dos melhores laçadores do Brasil. Estamos falando do fenômeno Thaian de Ávila. Em uma entrevista curiosa e emocionante para o Entre os Tentos, o jovem laçador abriu seu coração por sua paixão pelo laço e mostrou seu orgulho pelo seu pai, Jair de Ávila.

Confira:

Blog: Com quantos anos começou a laçar e quem te motivou? Teve alguém que te deu incentivo ou pegou gosto pela coisa por ti mesmo?

Thaian: Quem sempre me incentivou foi meu pai. Bem certo quando comecei eu não sei, mas com dois anos de idade ganhei meu primeiro troféu na vaca parada.

Blog: Tua profissão é os rodeios. Pode nos contar como é tua rotina?

Thaian: A minha rotina é viajando muito. Praticamente quase todo final de semana em rodeio. Chego domingo de noite em casa, ás vezes, na segunda, e sempre na quinta estou viajando de novo. Eu tenho um sítio então meu trabalho é cuidar dos meus animais, do daqui de casa e viajar para os rodeios.

Blog: Quais são os pontos positivos e negativos dessa profissão?

Thaian: Os positivos é que a gente viaja muito e conhece bastante lugares novos. Os negativos é que, ás vezes, cansa um pouco e bate uma saudade de estar em casa, mas assim que chego em casa já estou com vontade de ir de novo.

Blog: O laço comprido já te deu prêmios muito importantes e te colocou lá no topo como um grande laçador. O que o laço representa na tua vida hoje? Nunca pensou em abandonar por algum motivo?

Thaian: Laço pra mim é minha vida. Da pra ser dizer que sou um viciado em laçar (risos), não me imagino fazendo outra coisa que não seja laçar.

Blog: Sei o que aconteceu com teu pai. Gostaria de falar sobre ele? Do orgulho que tu tem por ele. Do que ele te ensinou.

Thaian: Meu pai foi meu maior exemplo. Para mim e para muita gente. Ele ensinou muitos a laçar. Foi um grande laçador e uma grande pessoa. Meu pai foi meu melhor amigo!

Blog: Falando sobre a final do Camaro. Eu e toda aquela multidão ficou arrepiada com aquela final, principalmente quando ficaram 10 duplas e depois 3. O que passou pela tua cabeça naquela hora que foi chegando cada vez mais perto de colocar a mão na chave do carro? Eram duplas muito fortes. Mesmo sabendo que tu e Alan são grandes laçadores, chegou a pensar que não venceriam?

Thaian: Não é fácil, pois ali estavam as melhores duplas do Brasil e uma das melhores premiações do país. Pensar que nós não íamos vencer não me passou pela minha cabeça. Naquele momento só pensava na vitória. Segui confiante, acreditando que ia dar certo.

Blog: Aquela final gerou e ainda gera muita polêmica. Alguns falam que não repartiram, que vocês não quiserem repartir e continuaram laçando, outros dizem que repartiram sim. O que realmente aconteceu?

Thaian: Nós dividimos. E em duas duplas dividimos todo o resto e disputamos o título. Dividimos antes e o restante em duas.

Blog: Qual o segredo para essa dupla com o Alan dar tão certo e resultar em muitas vitórias?

Thaian: Acho que é porque entre nós dois não tem cobrança. Sempre um ajudando o outro e quando acontece de algum errar o outro não cobra e da força, porque sempre tem mais. Rodeios tem todo final de semana. Ás vezes quando erramos alguém pergunta quem errou e nós sempre dizemos “Nós perdemos”, porque na verdade quando um erra é os dois que perdem.

Blog: Vocês laçam juntos há 11 anos. Como começou essa parceria?

Thaian: Foi nós dois mesmo. Nós já se conhecia e certa vez em Porto Alegre a gente tava laçando vaca parada no acampamento e meu pai olhou pro Alan e disse “Ei Alan, tá na hora de vocês dois laçarem juntos”. Laçava eu e meu pai e ele e o pai dele, então combinamos de no próximo final de semana laçar juntos e dividimos um carro no rodeio de Osório.


Thaian de Ávila 

CAVALO CRIOULO TEM SEUS VALORES

Cavalo Crioulo
POTROS CRIOULOS 
Cavalos Crioulos

Crioulos são premiados no Circuito de Laço Comprido, em Mato Grosso do Sul

14 DE SETEMBRO DE 2017 - ATUALIZADA EM 14 DE SETEMBRO DE 2017 Redator: Yago Moreira
Durante o período de 1º a 3 de setembro, o município sul mato-grossense de Miranda sediou a oitava etapa do Circuito Independente do Grupo A (CIGA) de Laço Comprido. Durante o evento, houve a disputa da Vaca Gorda, que entregou aos grandes campeões – dentre eles 3 conjuntos crioulos - uma moto 0km.

A prova teve início na sexta-feira (1°) e prolongou-se até a madrugada de sábado, ainda sem término. Nessa primeira fase, foram classificadas 65 duplas de um total de 255 inscritas, com cavalos de diversas raças. Quando restaram apenas duas duplas na disputa, os ginetes resolveram dividir o prêmio, em virtude da longa duração da prova. O mais surpreendente é que, dos quatro animais finalistas, três eram de Raça Crioula.


Vencedores
Os ginetes Matheus Willian montando Herdeiro do Sangradouro e Diego Loureiro montando um animal de outra raça, representaram a Cabanha Crioulo Onça-Pintada. Já a dupla Anderson Bogado montando Siá Domingas da União da Vitória e Marcos Natis montando Bailanta do Morro Chato, representaram a Estância Cristalina.

De acordo com Andréa Lúcia Coelho, proprietária da Cabanha Crioulo Onça-Pintada, localizada no Pantanal de Miranda/MS, ver seus animais se destacando nas competições de laço comprido é uma grande satisfação e um orgulho imenso. Segundo ela, a Raça Crioula é a que mais premia no Circuito de Laço Comprido (CLC), que ocorre o ano inteiro em Campo Grande. Coelho ainda afirmou que o Núcleo de criadores do Mato Grosso do Sul, juntamente da ABCCC, está trabalhando fortemente na expansão da raça no Centro-Oeste. 

Outro destaque foi justamente para um animal que carrega esse substantivo em seu nome, o LGA Destaque. O garanhão, filho de Macanudo do Itapororó e Zambia do Barrozo, foi um dos finalistas pela disputa de Vaca gorda. Premiado, em 2017, como 3° melhor macho na passaporte de Campo Grande/MS e, em 2016, como 1° potranco maior na morfológia da Expointer, o animal também mostrou que possui potencial para competir em alto nível nas provas de Laço. 

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